Nova onda de calor: Brasil enfrentará mais uma semana de temperaturas na casa dos 40ºC 

 Especialista em mudanças climáticas Carlos Sanquetta, adverte que os efeitos do fenômeno El Nino podem estar sendo agravados pelas mudanças climáticas   

Esta é a quinta onda de calor consecutiva que o Brasil enfrentará, com as temperaturas batendo a casa dos 40ºC em sete estados de todo o país. Entre os locais mais atingidos, estão Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal, sul do Mato Grosso, norte de São Paulo, grande parte de Minas Gerais, sul do Tocantins e oeste da Bahia. O fator apontado como causador desses eventos extremos recentes é o fenômeno conhecido como El Niño, que é uma variação natural do clima, caracterizada pela elevação da temperatura média da água do Oceano Pacífico em pelo menos 0,5 grau por três meses consecutivos.

Para o Dr. Carlos Sanquetta, Ph.D. em Ecologia e Manejo de Recursos Naturais e integrante do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), o fenômeno El Niño pode estar sendo agravado pelas mudanças climáticas oriundas das ações humanas.  “Alguns estudos já indicam a ligação entre o aumento na frequência e intensidade dos efeitos dos fenômenos como El Nino e as mudanças climáticas causadas a elevação das concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera”, destaca o professor.

Além do El Niño, vale ressaltar que o verão só inicia oficialmente no dia 22 de dezembro e esse já é um dos anos mais quentes da história. Segundo o Inpe, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, até os anos 1990, eram sete dias em média de ondas de calor que atingiam a Terra. Enquanto isso, os dados mais recentes indicam mais de 50 dias de calor atípico em média por ano.

  • De 1961 a 1990: 7 dias
  • 1991 e 2000: 20 dias
  • De 2001 a 2010: 40 dias
  • 2011 e 2020: 52 dias

De acordo com Sanquetta, “a onda de calor é mais um duro lembrete da crise climática e da nossa responsabilidade em relação a ela. Redução das emissões de gases de efeito estufa, remoção do excesso desses gases já presentes na atmosfera e ações de adaptação as mudanças do clima são imperativas e não podem mais ser adiadas”.

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