Projeto é desenvolvido na Escola Municipal Maria Teixeira de Paula
No recreio, nas aulas, nos corredores e nas brincadeiras: a Língua Brasileira de Sinais (Libras) vem se tornando naturalmente presente na rotina da Escola Municipal Maria Teixeira de Paula. Após a chegada do aluno Isaque da Silva Pinheiro Nascimento de Moura, que é surdo, a turma 207 está empenhada em aprender e ensinar a comunicação básica na língua materna de quem tem deficiência auditiva, de forma estratégica e com metodologias lúdicas.
Há três meses, a unidade desenvolve o projeto “Libras na Escola: Aprender Brincando”, realizando uma verdadeira transformação quanto à inclusão e à acessibilidade em toda a comunidade escolar. Com o projeto, os 18 alunos realizam, uma vez por semana, aula para o ensino de Libras, que é a língua oficial da comunidade surda brasileira, através da combinação de gestos, expressões faciais e corporais. A proposta da escola é transmitir a comunicação básica da linguagem com foco em jogos, brincadeiras, pinturas, gincanas e interação com o novo ambiente escolar.
“Diante deste momento ideal para o aprendizado, com alunos motivados, foi montado o projeto específico para a turma do 2° ano. Reflexões simples sobre a língua, cultura, identidade e cotidiano das pessoas surdas, bem como aspectos linguísticos da Libras, vocabulário básico e práticas de comunicação são abordados de maneira lúdica e compatível com a faixa etária das crianças”, explicou a Intérprete de Libras da Rede Municipal de Ensino, Helderlany Mendes.
DESEJO DE INTERAÇÃO – O aluno Isaque, de 7 anos, ingressou na Escola Municipal Maria Teixeira de Paula neste ano letivo em fase inicial de alfabetização e desenvolvimento da linguagem. Logo após alguns dias de aula, foi percebido o desejo de todos os colegas de turma de estabelecer comunicação com o novo amigo de classe.
“Enquanto Intérprete de Libras fui atingida por inúmeras e insistentes perguntas: ‘tia, como falar meu nome para ele?’, ‘tia, como falar oi com ele?’, ‘tia como perguntar se ele quer ser meu amigo?’ – não era possível fechar os olhos àquela realidade: estava ali bem diante de nós uma oportunidade única de ensino da Língua Brasileira de Sinais, tanto para o aluno surdo que ainda não era usuário fluente do idioma como para os ouvintes ansiosos por aprendê-la”, explicou Helderlany.
Os resultados do projeto são sentidos para além da turma 207. “Outros membros da escola e alunos que têm contato com a turma se esforçam em sinalizar e alguns servidores expressam desejo de aprender a Libras. Não há dúvidas de que o desenvolvimento do projeto tem beneficiado não só a turma, como também promove a acessibilidade e visibilidade da Libras como meio de expressão e comunicação da comunidade surda”, finalizou Helderlany Mendes.